POLITICA

Com Bolsonaro inelegível, PL prepara Michelle e Eduardo para disputa presidencial

Por:   23/06/2025 - 20:36

Partido Liberal quer priorizar nomes da própria sigla, enquanto articulações buscam garantir influência de Jair Bolsonaro nas próximas eleições presidenciais

O Partido Liberal (PL) já se mobiliza para testar seus principais nomes na corrida presidencial de 2026. O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro será o primeiro a ter sua pré-candidatura avaliada internamente. Atualmente nos Estados Unidos, Eduardo solicitou uma licença de 120 dias do mandato, mas já sinalizou publicamente à revista Veja que está disposto a disputar a Presidência caso essa seja a vontade de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Obviamente, se for uma missão dada pelo meu pai, vou cumprir”, afirmou Eduardo, que figura como uma das opções mais fortes dentro da legenda para preservar o capital político do bolsonarismo.

Outro nome em destaque é o da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Inicialmente cotada para concorrer a uma vaga no Senado pelo Distrito Federal, Michelle conta com o apoio do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto(já preso pelo mensalão e por posse de arma de fogo com registro irregular), para ser a representante da família Bolsonaro na disputa presidencial.

Mesmo inelegível, Jair Bolsonaro atua nos bastidores para garantir influência direta sobre a chapa que defenderá seu legado em 2026. A expectativa é que tanto Michelle quanto Eduardo recebam seu respaldo e o da base bolsonarista.

Além da família, outros nomes são frequentemente lembrados como alternativas para liderar a direita em um cenário sem Jair Bolsonaro. Entre eles estão os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos, São Paulo), Ronaldo Caiado (União Brasil, Goiás) e Romeu Zema (Novo, Minas Gerais). No entanto, por ora, o PL não pretende investir em candidaturas desses governadores, priorizando quadros próprios para a disputa presidencial.

Desde o ano passado, Valdemar Costa Neto tenta atrair Tarcísio de Freitas para o PL, mas as negociações esbarram na resistência de Republicanos e PSD, siglas que exercem grande influência sobre o governador paulista. A tendência é que Tarcísio concentre seus esforços na reeleição em São Paulo, considerada praticamente certa, e deixe para 2030 uma eventual candidatura à Presidência, segundo avaliam aliados próximos.

Com esse cenário, o Partido Liberal articula seus movimentos para assegurar que o bolsonarismo mantenha força e coesão, mesmo sem Jair Bolsonaro diretamente nas urnas.