CRIME
Crime em Ilhéus expõe feminicídio e escancara insegurança no extremo sul da Bahia

O assassinato de Alexsandra Oliveira Suzart (45), Maria Helena do Nascimento Bastos (41) e Mariana Bastos da Silva (20), em Ilhéus, no último fim de semana, provocou comoção e revolta. As vítimas, duas professoras da rede municipal e uma jovem estudante, foram encontradas mortas em uma área de vegetação da Praia dos Milionários, com marcas de facadas. O cachorro que as acompanhava foi localizado vivo, preso a um coqueiro próximo aos corpos.
Segundo a Polícia Civil da Bahia, o caso é tratado como homicídio e segue em investigação. Imagens de câmeras de segurança da região estão sendo analisadas, e perícias foram solicitadas para coleta de material genético no local. Até o momento, não há confirmação de suspeitos presos.
No domingo (17), mulheres vestidas de branco se reuniram na orla de Ilhéus em um ato simbólico. Com cartazes que diziam “Parem de nos matar” e “Calaram três de nós”, o protesto denunciou a escalada da violência e exigiu celeridade nas investigações.
A Prefeitura de Ilhéus divulgou nota lamentando o crime e enalteceu o legado das professoras para a educação local. Já a APPI-APLB, sindicato dos professores, decretou luto de três dias e cobrou respostas.
Especialistas e movimentos sociais reforçam que o caso não pode ser tratado como um episódio isolado. O Brasil registra números alarmantes de feminicídio, e a Bahia segue entre os estados com índices preocupantes de violência contra mulheres.
No extremo sul do estado, a sensação de insegurança cresce a cada novo crime. Para organizações de defesa dos direitos das mulheres, episódios como o de Ilhéus escancaram a necessidade de políticas públicas consistentes, que incluam proteção efetiva às vítimas, fortalecimento das investigações e ações preventivas.
Mais do que manifestações de pesar, a população exige medidas práticas das autoridades municipais e estaduais. Entre elas, o fortalecimento do policiamento comunitário, a ampliação de canais de denúncia e programas de proteção, além da criação de políticas de prevenção que enfrentem diretamente a violência de gênero.
As mortes de Alexsandra, Maria Helena e Mariana se tornaram símbolo da luta contra a violência que insiste em calar vozes femininas. Em Ilhéus e em toda a região, o pedido é uníssono: justiça e segurança para que crimes como esse não se repitam.
