SALVADOR
PCC entra na disputa por territórios e acirra a guerra em Salvador e Região Metropolitana

O Primeiro Comando da Capital (PCC), maior facção criminosa do Brasil, tem expandido sua atuação da capital para o interior da Bahia e agora avança na Região Metropolitana de Salvador. Diferente de grupos locais, o PCC cresce de forma organizada, consolidando pontos estratégicos e fusões com facções menores, como A Tropa, que se tornou aliada do grupo em Salvador.
A presença do PCC tem alterado o cenário da violência na capital. Bairros como Sussuarana, São Marcos, Pau da Lima e Canabrava passam por disputas territoriais entre as principais facções – PCC, Comando Vermelho (CV) e Bonde do Maluco (BDM) – elevando o risco de homicídios. Especialistas apontam que, se houver pactos ou hegemonia de uma facção, as mortes podem diminuir, mas o tráfico se tornará ainda mais forte.
O grupo paulista começou sua expansão na Bahia usando o sistema prisional como centro de comando, depois conquistou cidades do interior, como Ipiaú, onde controla sozinho o tráfico. Em áreas urbanas, o PCC se aproveita da vulnerabilidade social para ganhar influência oferecendo “proteção” à população.
Além da disputa com rivais, a facção atua de forma audaciosa contra autoridades. Recentemente, o ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz, foi executado, mostrando que o PCC mantém grupos de elite capazes de atingir agentes públicos.
Segundo especialistas, a expansão do PCC não apenas intensifica o tráfico, mas também reforça a violência nas periferias, especialmente contra jovens negros, evidenciando a complexidade do problema de segurança pública no estado.
