CPI do MST: ex-assentada denuncia deputado Valmir Assunção e revela abusos e coerções no acampamento do MST em Prado

Nesta terça-feira (08), três assentados do município de Prado foram ouvidos em depoimento durante a CPI que investiga as atividades do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Entre os depoentes estava Vanusa Souza, que fez parte do acampamento São João e alega ter sido expulsa de sua casa por ter participado de ações contra o MST e o PT.

Vanusa Souza relatou perante a comissão que Valmir Assunção, uma figura frequentemente vista acompanhada de assessores e funcionários, exerce influência no acampamento. Segundo seu testemunho, o movimento age de forma criminosa quando confrontado, especialmente quando alguém se posiciona contrariamente às suas demandas. Ela denunciou abusos e coerções que ocorrem na localidade, levantando questões sobre a alegada busca do MST por uma reforma agrária justa.

A depoente exibiu roupas que ela e sua filha usavam no momento em que foram expulsas de suas propriedades. Ela fez um apelo contundente aos representantes políticos presentes na comissão: "Vocês foram eleitos por nós, nunca tive liberdade de votar fora do PT, nunca recebi benefícios de Valmir Assunção. Valmir, em 2016, você me entregou um papel de lote e, após 16 anos, fui expulsa dele. Você nunca me representou. No acampamento, a escolha é clara: ou você vota conforme eles ditam, ou perde sua terra", disse a denunciante.

Os líderes do acampamento, de acordo com os depoimentos, frequentemente enfatizavam que Valmir Assunção era a principal liderança. Sua influência na região e no movimento é descrita como significativa.

A CPI visa esclarecer as ações do MST no contexto de reforma agrária, bem como investigar denúncias de abusos e coações dentro dos acampamentos. As alegações apresentadas pelos depoentes, como Vanusa Souza, destacam a complexidade das dinâmicas envolvidas nas atividades do movimento e nas relações políticas locais.