Polícia Civil conclui que cunhado de 9 anos disparou o tiro que matou a cigana Hyara Flor

A Polícia Civil da Bahia concluiu sua investigação sobre a trágica morte de Hyara Flor Santos Alves, a cigana que foi morta com um tiro no pescoço em julho deste ano, em Guaratinga. Na quinta-feira (10), o caso chegou a uma etapa de encerramento e foi encaminhado ao sistema judiciário, sendo o anúncio oficial realizado nesta sexta-feira (11) pelas autoridades policiais.

Segundo os resultados da investigação, o disparo que resultou na morte da jovem ocorreu quando seu cunhado, um menino de nove anos, manuseava uma arma no quarto dela durante uma brincadeira. Essa narrativa já tinha sido apresentada anteriormente pelos familiares do marido da vítima e do próprio cunhado, embora tenha sido questionada pela família de Hyara.

A investigação conduzida pela Polícia Civil foi abrangente, incluindo análises periciais, depoimentos de 16 indivíduos e até depoimentos especializados de duas crianças, com a presença de um promotor de Justiça da Promotoria da Infância e Juventude do Ministério Público da Bahia. Além disso, a investigação envolveu a análise de imagens provenientes de câmeras de vigilância no local, documentos, mensagens de dispositivos celulares e mídias sociais, juntamente com investigações de campo.

A sogra de Hyara Flor foi formalmente acusada de homicídio culposo e posse ilegal de arma de fogo, uma vez que a arma utilizada estava sob sua posse. Paralelamente, um tio de Hyara também foi indiciado por disparar tiros de arma de fogo em direção à residência do casal de adolescentes.

O ex-companheiro da vítima, um adolescente apreendido no estado do Espírito Santo, prestou seu depoimento por meio de videoconferência à juíza da comarca de Guaratinga. De acordo com informações da Polícia Civil, a decisão sobre a continuação de sua internação em regime socioeducativo será determinada pelo Ministério Público e pelo Poder Judiciário.

O caso, que abalou a comunidade local, recebeu ampla atenção da mídia em todo o país. A história foi destaque nos programas televisivos "Fantástico" e "Domingo Espetacular", e também foi propagada pela renomada autora de novelas da Rede Globo, Glória Perez. Essa ampla repercussão serviu para chamar a atenção do público em geral para a tragédia e suas implicações.