Governo lança ações para proteger economia do tarifaço dos EUA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (12) que o Brasil está aberto a negociar o etanol com os Estados Unidos, mesmo diante do chamado “tarifaço” imposto pelo presidente americano Donald Trump.

“Não nos recusamos a negociar a questão do etanol. Estamos dispostos a negociar sem nenhum problema”, declarou Lula em entrevista à rádio BandNews FM.

O etanol está entre os produtos citados pelo Departamento de Comércio dos EUA como alvo de tarifas adicionais, sob alegação de “práticas comerciais injustas” por conta da tarifa de importação brasileira de 18%. As novas taxas sobre produtos brasileiros entraram em vigor no dia 6 de agosto.

A relatora do projeto de lei da reciprocidade no Senado, Tereza Cristina (PP-MS), já havia alertado que o setor do etanol é um dos mais preocupantes dentro do pacote tarifário americano.

Críticas ao tarifaço

Lula criticou a justificativa de Trump para impor as tarifas, afirmando que o déficit comercial apontado pelos EUA é “mentiroso”. Segundo ele, considerando serviços, bens e comércio, o Brasil acumulou em 15 anos um déficit de US$ 400 bilhões em relação aos americanos.

“Não é o Trump que deveria estar taxando o Brasil, é nós que deveríamos estar taxando eles”, disse o presidente, acrescentando que o governo não fará bravatas, mas estuda medidas de reciprocidade com cautela.

O presidente anunciou ainda que, nesta quarta-feira (13), assinará uma medida provisória criando uma linha de crédito inicial de R$ 30 bilhões para empresas afetadas pelas tarifas.